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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Tijuca, Paulo e Mocidade - Parte II

Na postagem anterior perguntei: Existe vida nas primeiras colocações para a Tijuca após Paulo Barros?
Mas o carnavalesco por sua vez, é tão forte assim longe de sua zona de conforto e onde é amado incondicionalmente?
A saída após o Carnaval de 2006 foi diferente, não dá pra comparar. Era um imaturo carnavalesco. Achava que alegoria resolvia o Carnaval (será que estava tão errado assim? Assunto para outra postagem). Tinha um conjunto de fantasias abaixo do nível esperado. Não conseguia amarrar bem seus desfiles (vide "É de Arrepiar", de 2008). O fio condutor de seus enredos era inexistente e alguns desfiles eram baseados em motes. 
Agora, é um consagrado tri campeão, com todos os méritos possíveis!
Não acredito que um sucesso meteórico na Mocidade leve a um título já em 2015. 
É como um jogador de futebol que vai para Europa, depois de vários anos no mesmo clube brasileiro (qualquer semelhança com fatos, nomes ou acontecimentos reais terá sido mera coincidência). Há de se considerar o tempo de adaptação. 
Mas em circunstâncias normais, tenho certeza do casamento feliz e longínquo a médio prazo.
Não me interessa os motivos que fizeram o Fenômeno mudar de ares. O fato é, sua frase de despedida foi muito forte para o fim de uma relação de oito carnavais e três títulos. 
Mas não podia ter escolhido destino melhor. 
Adoro a frase de Luis Carlos Magalhães de que a Mocidade é a mais sensual das escolas. 
Com o investimento que o novo patrono colocará na escola e a equipe que esta sendo formada ele tem tudo para brilhar. 
Mas a escolha certa não se deu por esses motivos. 
Olha que exercício interessante para fazermos. Se você pudesse voltar no tempo e em 2004 descobrisse Paulo Barros e seu estilo, qual escola você acharia ser a 'cara dele'? Podem deixar seus comentários com outras opções mas acho que a maioria lembraria da escola de Arlindo Rodrigues, Fernando Pinto e Renato Lage.
Carnavalescos que não foram 'apenas' campeões mas criaram e marcaram um estilo que moldou a personalidade da escola. 
É como se a evolução histórica da Mocidade tivesse reservado um lugar e apenas esperasse por Paulo Barros. 
Se encaixa com perfeição na timeline de Padre Miguel. 
E desde a criação do "carnaval hi-teck", de Renato Lage, na década de 90, que não desembarcava na Zona Oeste alguém tão próximo de retomar essa história. 
Mas nem tudo são flores. 
Paulo pode estar, de uma determinada maneira, estacionado. 
Seu Carnaval de 2014 foi simples e comum, mas também, típico de quem estava de saco cheio com alguma coisa. E isso, pode explicar sua declaração ao apagar das luzes azuis e douradas.
Rendeu-lhe um título, é verdade, mas bem discutível do ponto de vista artístico. Tecnicamente perfeita! 
Nada me tira da cabeça, e acredito que ele nunca admitirá, mas esse título foi surpresa pra ele. Não esperava mesmo! Um dia perguntarei.
Se tivesse ficado em quarto este ano, não geraria na mídia nem no público, os mesmos questionamentos que foram feitos por exemplo, com a sexta colocação de 2006. 
Essa repetição de fantasias que reproduzem perfeitamente personagens já existentes, como em "Essa noite levarei sua alma", de 2011, não é fantasia de escola de samba é fantasia de bloco de Carnaval. No 'Imprensa que eu gamo' seria um sucesso e pegaria geral!
Respondendo à segunda pergunta dessa postagem, Paulo Barros é um ídolo. Ame ou odeie, onde ele for, será ídolo. 
Pergunte ao torcedor da Viradouro o que acha de 2007 "A Viradouro vira o jogo". 
O samba mediano foi parar na arquibancada do Maracanã com a torcida do Flamengo. 
O desfile apenas razoável, teve um carro alegórico invertido de rara genialidade. 
Paulo Barros irá continuar um sucesso e ainda será campeão algumas vezes! 
A Unidos da Tijuca também! 
Mas num futuro próximo, vejo águas muito mais turbulentas no Borel do que na Vila Vintém.
Sinto por meus vizinhos.

Aquele abraço!

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